
Nossa. E põe coisa, nisso.
Eu fiz vários rascunhos para falar de 2024. Foi um ano que começou me dando tantas esperanças, que nunca pensei que quase me perderia no final dele. Não imaginei que encararia uma sobrecarga gerada pela soma (ingrata, devo dizer) de trabalho e faculdade, que teria uma crise de estresse, que perderia amizades, que enfrentaria o luto, que me olharia no espelho e perguntaria Beatriz, que droga você está fazendo?
com muita, muita frequência.
O ano não foi de todo ruim, mas foram poucas as coisas que eu, de fato, consegui fazer. Os três primeiros meses foram bons: consegui minha efetivação no trabalho, comecei a procurar locais (online ou não) confortáveis e hábitos melhores, e estava com tudo organizado para puxar as matérias certas do curso para me formar. Infelizmente, não consegui me formar, o que me deixou bem triste. Estudar e trabalhar ao mesmo tempo exige demais, principalmente porque, no meu caso, é tudo no computador. Meu tempo de tela chegou a passar de 12 horas por dias seguidos, e nem preciso dizer o quanto eu estava ficando maluca com isso.
A pior sensação da faculdade em 2024 foi a que, mesmo que eu passasse horas estudando, ia cair uma questão mal formulada valendo cinco pontos e acabaria errando. E isso aconteceu várias vezes, tanto que infelizmente reprovei duas matérias no primeiro semestre, mesmo com todo o sacrifício. Além disso, tentei começar o TCC, mas tive um orientador horrível. Ainda bem que desisti e deixei para este ano (mas aí é spoiler!)
Nas minhas férias de Julho, acabei perdendo meu pai de uma maneira muito repentina, e eu não quero entrar em detalhes, pois ainda não me sinto pronta para isso. Foi um momento onde me peguei pensando não só na ideia de que nunca mais poderia ver ele, que uma pessoa crucial na minha existência havia morrido, mas também no quanto a vida é curta demais, e no quanto eu certamente não estava aproveitando a minha em nada.
Tinha recém terminado uma amizade por causa do estresse, estava me sentindo isolada (por minha culpa), e confesso que demorei muito para processar tudo o que aconteceu. Foi assim que comecei a pensar a mudar hábitos, mesmo que coisas pequenas: voltei com o diário, saí do X/Twitter, organizei um pouco o meu app de notas, o Obsidian (e quero inclusive falar sobre isso quando possível), retomei algumas pequenas metas dos três primeiros meses do ano e puxei menos matérias da faculdade.
Ia me formar depois? Sim, mas precisava de paz mental, e isso eu não ia conseguir com tanta coisa pra fazer. Decidi que a corrida comigo mesma estava fazendo mais mal do que bem, e desacelerei um pouco.
Terminei o ano de 2024 trabalhando, comi coisas gostosas, assisti os fogos de artifício com minha família, e fui deitar com aquela sensação de que, depois disso tudo, 2025 tinha que ser melhor.
Embora eu tenha tido alguns episódios chatos, até agora, estou colhendo os frutos das coisas boas que plantei nos últimos anos. Consegui uma promoção, concluí todas as matérias da faculdade, escrevi o TCC, que recebeu nota máxima da banca, continuei meu objetivo de reduzir uso de redes sociais comerciais, e estou focada em manter as coisas que conquistei enquanto descanso.
Sem tanto estímulo de coisas novas, tenho me pego lembrando de músicas antigas que gostava: bandas, livros, filmes, essas coisas. Tanto que, este ano, quando fiquei quase uma semana de cama, li um livro de uma trilogia que era louca pra ler quando mais nova (infelizmente odiei, mas acontece), salvei umas músicas que costumava ouvir quando adolescente numa playlist, é gostoso esse momento de reconexão consigo mesma.
E, poxa, tenho mais de 10 anos de blog, então uma parte da minha identidade é isso aqui. Escrever e criar conteúdo têm outro significado para mim após dois anos num time de Marketing. Fazer por gostar é mais um símbolo de resistência do que tudo, sem métricas excessivamente monitoradas, sem IA, sem publicidade, sem Tigrinho, sem polêmica (e que continue assim!), nada disso. Não ganho um tostão com isso, nunca ganhei, e tá tudo bem.
No fim, 2024 me maltratou, eu me maltratei em 2024, mas 2025 veio e, com tudo continuando no caminho certo, vou poder voltar a pensar no que gosto de fazer, e não só no que tenho que fazer. Ao menos isso espero. As coisas estão caminhando bem melhor e mais rápido do que imaginei, mas sem me sobrecarregar, ao menos, não tanto.
Assim que vou tentar voltar com o blog. Foco no tentar, viu?! Quero ter alguma atividade criativa, mas estou tentando focar em coisas fora do computador, também. Vai ser um grande “vamos ver no que dá” onde eu não quero prometer nada além de que eu vou tentar me divertir um pouquinho nos fins de semana, ao menos assim que toda as coisas chatas forem resolvidas.
E, se eu acabar não conseguindo ou não gostar mais de escrever, vou aceitar com um pouco de tristeza, mas entender que foi um ciclo de bastante tempo, embora com muito, muito hiato.
E é isso. Quem sabe venha algo aí? Independente se sim ou se não, só quero que saibam que eu estou bem, ou melhor dizendo, estou melhorando, e que, pouco a pouco, estou conseguindo as coisas que queria.
Até mais!
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