Resenha: Zombies, um filme da Disney

26/07/2018
Disney Movie Z-O-M-B-I-E-S

Acho que estamos cansados de ver filmes com uma temática Romeu e Julieta onde o mocinho é diferente da mocinha e, mesmo com todo o mundo contra isso e o Universo conspirando contra eles, ambos conseguem convencer todos de que as coisas estão erradas e vivem felizes para sempre. É sim uma temática clichê, mas já parou pra pensar que a gente vive exatamente essa realidade, mas sem a parte do convencer as pessoas que as diferenciações são erradas e muito menos a de viver felizes para sempre?

Zombies inicia com uma breve explicação de como uma cidade perfeita, com "roupas perfeitas", como diz no filme, se desfez: por um acidente em um laboratório, um gás tóxico foi liberado, contaminando as pessoas em volta e as transformando em zumbis.

Para a proteção dos que ainda não tinham sido infectados e evitar a dispersão da "doença", foi criado um muro para dividir a cidade entre humanos e titãs... quer dizer, zumbis. E, cinquenta anos depois desse acontecimento, com os zumbis sendo controlados por dispositivos que os impediam de caçar humanos mas ainda assim sendo temidos e desprezados, começamos a história do filme.

Conhecemos então Addison, uma garota do Ensino Médio que sonha em ser líder de torcida, com uma família e vida que fazem a apologia à família tradicional perfeita, tirando o fato de que Addison havia nascido com uma característica que a tornava diferente das outras pessoas.

Do outro lado do muro, temos Zed, um garoto zumbi que sonha em ser parte do time de futebol americano da escola, que tem uma irmãzinha muito fofa e um pai que achava que isso de entrar no time não era uma boa ideia, pois ele estaria na escola onde humanos também estudavam e zumbis eram desprezados. Ainda assim, não são meras palavras que param um sonho, não é? Ainda mais quando se trata do sonho de um personagem principal. 😂

E, claro, como todo bom filme da Disney, tem que ter uma música! Nesse momento, ouvimos My Year, com todo o cast do filme.


Nessa trama que me deixou intensamente curiosa e ansiosa para saber como as coisas se resolveriam, há abordagens de vários outros problemas sociais: Zed, que acreditava que compartilhar a escola com humanos era um começo para a integração dos zumbis, se depara com o fato de que nada havia mudado: sua sala de aula ainda era no porão e um alarme soava caso algum zumbi saísse dela antes da hora de ir embora. Quando, por muita loucura, se tornou membro do time, adulterava seu dispositivo de controle para, durante o jogo, se tornar "mais zumbi", arriscando sua vida para obter a igualdade para seu povo.

Addison tinha de escolher entre realizar seu sonho de ser líder de torcida ou manter seus valores em não menosprezar os zumbis. Com seu primo como o capitão da torcida, sofria chantagem e pressão para se afastar das "aberrações", como chamavam Zed e seus amigos. Mesmo com tanta dificuldade, ambos conseguiram manter os laços.

Mas, falando sério novamente, quantas vezes você também teve que esconder o que era em prol dos demais, colocando uma máscara e às vezes até se arriscando para não decepcionar e nem ser ignorado?

O zumbi do filme, ignorado, maltratado, isolado e sem voz, existe no mundo real. É o pobre que muitos humilham, é o negro que muitos maltratam, é a pessoa de religião diferente que todos apedrejam, é a pessoa acima do peso que muitos riem e dão apelidos toscos, é a pessoa com deficiência que as pessoas em vez de respeitar, tratam como incapazes... mas quando se tem um talento, como o Zed tinha para jogar futebol, na hora é reconhecido, porque se torna útil.

Talvez você pense agora que é ridículo, mas posso garantir que acontece sim. Eu fui uma "zumbi" na minha antiga escola e, óbvio, não foi nem um pouco legal.

Eu, que me interessei pelo filme pela música Someday, acabei me surpreendendo com a forma com que a Disney expôs uma boa parte do que adolescentes e adultos passam por meio de um filme que, às primeiras impressões, não parece ter metade das críticas sociais. Claro que talvez alguém ache que estou analisando demais, mas tudo para mim foi emocionante, desde a forma com que representaram a desigualdade entre os dois lados do muro à problematização de uma amizade ou até romance entre duas pessoas por elas serem diferentes. O que seria do mundo se todos nós fôssemos iguais?

E acho que é tudo o que tenho para dizer. Não sei se quero um Zombies 2, acho que só valeria a pena se aprofundasse mais a história, mas tem coisa que fica melhor em aberto, para a nossa imaginação. Vocês sabiam que é um dos primeiros trabalhos de televisão do Milo Manhein, o ator que faz Zed? Eu super acho que ele canta, dança e atua muito bem, realmente espero assistir mais filmes e séries com ele e com a Meg Donnelly, atriz da Addison, também. ❤

Até a próxima post, meus leitores, espero que gostem desse filme tanto como eu gostei!

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