A Date with Death: resenha do otome game

Quem acompanha o blog deve ter percebido que amo histórias sobrenaturais e otome games, então não há surpresas quando digo que amei A Date with Death do começo ao fim. Desde o roteiro à interface, nada nesse jogo deixou a desejar e foi uma das minhas melhores experiências com jogos gratuitos para computador.

A trama começa após mais um dia onde coisas estranhas (e mortais) acontecem, mas nosso personagem jogável passa ileso. Dessa vez, porém, um aplicativo misterioso de chat aparece em nosso computador. Desistindo de ignorar as muitas notificações chateando nossa paciência, começamos a interagir com aquele que se intitula Ceifador de Almas e que diz estar atrás da nossa há tempos.

Com isso, é feita uma pequena aposta: se ele conseguir nossa alma antes de sete dias de passarem, ele ganha; se não, continuaremos vivendo normalmente e em paz. Se sua hora chegou ou não… só depende das suas escolhas dentro do jogo.

História e jogabilidade

A premissa é, a primeira vista, simples, mas, com um olhar mais atento, percebemos nas entrelinhas uma certa profundidade em relação a alguns temas, como morte, família, etc. Com detalhes sutis que deixam a trama mais imersiva, o jogo me pegou várias vezes de surpresa ao me permitir fazer escolhas sobre a história da minha personagem que influenciaram depois, seja pouco ou muito.

Tendo em vista que são sete dias dentro do jogo, sinto que a aproximação dos personagens é consideravelmente rápida, mas não artificial. Parecem apenas duas pessoas que clicaram muito rápido, embora uma delas esteja apenas interessada na alma da outra no pior sentido possível.

Eu tenho percebido que os diálogos são muito citados nas resenhas: ou as pessoas amam, ou elas odeiam. Eu amei, pois realmente queria um jogo leve, divertido e que me identificasse com a protagonista. Algumas pessoas acham infantil, o que eu entendo, embora ache que seja apenas uma questão de gostos e opiniões pessoais do que de enredo ou escrita ruins.

Eu me acho bastante inteligente, na verdade, diz quem fez um chat do zero só para falar com a gente. Reconheço o esforço do mocinho: é difícil!

Se, até agora, você está achando que esse é só mais uma visual novel normal, está bem errado! O quarto tem vários elementos interativos e, muitos deles, importantes pra trama. Obviamente eu descobri da pior forma e estou me sentindo uma destruidora da natureza. 🤡

Além disso, por favor, cliquem na prateleira de livros. Na verdade, em tudo: são vários pedacinhos interessantes da história e sobre nosso personagem que você adquire explorando, e só tem graça se vocês descobrirem sozinhos.

A arte é linda, as expressões faciais do Grim são fofas e divertidas, os cenários são perfeitos, a interface é incrível… dá pra ver que tudo foi feito com muito empenho, dedicação e carinho. A única coisa que me deixou meio chateada foi que, por termos que clicar nos diálogos, não consigo pular o que já li em replays com facilidade, mas isso só te afetará se realmente quiser completar todos os finais.

O jogo tem 5 finais diferentes, sendo 4 gratuitos e um que pode ser adquirido comprando o DLC de extensão.

Personagens

Personagem principal (MC)

Totalmente customizável, desde a aparência aos pronomes. Com uma sorte incomparável, vive escapando de situações perigosas sem sequer um arranhão, até que um ceifador de almas entra em contato para dizer, basicamente, Vim coletar sua alma, não resista.

A personalidade é agradável e muito fácil de influenciar com suas escolhas. Não tive problemas com as opções, pois sinto que pude expressar bem o que sentia sem ser penalizada com finais ruins. Além disso, tive como escolher parte da história de fundo da minha personagem, como número de irmãos, relação com a família, profissão, etc, o que deixou a trama bem imersiva.

Grim Reaper

O ceifador, cujo nome real é um pequeno spoiler, é um garoto que eu certamente amaria odiar, mas odiaria amar na vida real. Cheio de si, irritantemente confiante, mas casualmente adorável, é um personagem refrescante de interagir, principalmente se você, como eu, adora perturbar a vida alheia.

A dinâmica com ele flui tranquila e, sinceramente, não conseguia largar o jogo! Ri muito, aproveitei cada oportunidade de dar respostas bem idiotas chamando-o de babygirl e, no final, fiquei toda bobinha, resultado de um bom romance lido. Toda oportunidade de falar que ele é bonito, eu usei. E não me arrependi nem um pouco.

Achei muito incrível o quanto ele claramente não é perfeito, mas não é um problema ambulante. Além disso, é o único personagem no jogo além dos vizinhos, mas não fez diferença nenhuma, tanto pela maneira que a história é contada, como por Grim ser um interesse amoroso completo.

Enfim: amo fazer bullying com ceifadores que têm quartos aesthetic.

Conclusão

A Date with Death consegue sair do modelo clássico e repetido de visual novel sem sobrecarregar o jogador de informação, nem deixá-lo muito perdido. O sistema de videochamadas e chat estão muito populares em jogos de celular e, aqui, foi executado muito bem. As conversas não ficam monótonas, nem difíceis de entender, e faz tempo que não fico animada para responder um homem ficcional.

Acho que o maior charme desse jogo foi, para mim, poder fazer escolhas engraçadas e me divertir, pois, nos finais bons, o enredo é bem fofo e tranquilo. Nos finais ruins, eu confesso que fiquei bem emotiva, e, no geral, a história é muito bonita. Tenho vontade de comprar o DLC que ainda será lançado, chamado Beyond the Bet, pois a qualidade superou todas as minhas expectativas e realmente queria um pouco mais de conteúdo desse ceifador bobinho. 🖤

Você pode fazer o download do jogo gratuitamente pelo itch.io ou pela Steam, e, claro, conhecer mais do estúdio indie por trás dessa obra visitando o site deles.

Espero muito que deem uma chance para esse jogo e que gostem tanto quanto eu!