Sobre perdoar

01/05/2020
Model by cacti-sloom  | Flowers by いつものほん
Nem sempre um pedido de desculpas consegue consertar o estrago que alguém fez em ti.

Oi, meus leitores! Como estão nessa quarentena? Sim, eu sumi, tive alguns problemas e ainda estou um pouco afastada de internet. É ótimo poder parar de depender de informática de vez em quando, inclusive, a bateria do meu celular anda agradecendo.

Nesse "meio retiro" que ando praticando desde dezembro do ano passado, consegui repensar muitas situações que me marcaram muito, onde mentiam na minha cara, abusavam da minha paciência e do meu psicológico.

Na maioria das vezes, eu nunca sequer ouvi um pedido de desculpas, e, quando ouvi, consegui perceber que elas não significavam nada, mentiras tão gritantes como todas as que me contaram antes.

Hoje em dia, sei o quanto sou rotulada por não aceitar, por não me desdobrar tanto por qualquer dúzia de palavras. Sei que sou julgada, pois nem todos sabem que perdoar não é esquecer ou fingir que não aconteceu. É compreender o que se passou e saber ver com outros olhos, e isso tem seu tempo.

É olhar para a pessoa novamente e saber que ela errou, mas isso já não é mais o foco entre você e ela. É respeitá-la por assumir seu erro e se respeitar, seja ficando ou indo embora.

Não precisamos voltar a ser a mesma coisa com uma pessoa só porque não sentimos mais rancor dela. A decisão é sua.

Pode ser impressão minha, mas há um senso comum de que, desde o momento que se pede perdão, tudo se conserta e volta a ser até melhor que antes, às vezes até independente da reação da pessoa ferida, e isso é horrível. Quando uma pessoa pressiona a outra a entendê-la depois de um erro, ela continua errando.

Francamente, ninguém deveria se sentir obrigado a dizer que tá tudo bem, principalmente quando, não importa o quanto tente, as coisas não ficam bem. Chantagem, drama e espetáculos só mostram que, lá no fundo, você não está errado em não conseguir perdoar uma pessoa que brinca com a sua sanidade.

Se tem uma coisa que eu aprendi do pior jeito é, que quanto começa a te sufocar, se não reagir, você afunda, às vezes sem nem notar. Quando se chega nesse ponto, a primeira coisa que se deve ter em mente é que não é sua culpa. Pode parecer, eu sei, mas, na maioria das vezes, só queremos que tudo acabe bem, que ninguém saia machucado. Na maioria das vezes, só quem sai machucado é a gente. Mas por que não ligamos pra nós mesmos?

Por que parece tão difícil para os outros nos entender quando temos que passar por cima de nós mesmos para entender os outros?

No fim das contas, a gente só percebe que perdoou alguém de verdade quando, depois de dias, meses ou anos, se a situação vem à tona, não incomoda mais. Conseguimos reconhecer que ela foi errada, mas, agora, não traz mas toda aquela carga emocional de antes, não te tira o sono, não te afeta mais.

Mas, às vezes, mesmo depois de mil e uma tentativas, as coisas ainda não se encaixam. Por que mentir pra si mesmo, agindo como se não machucasse mais? Quanto mais você forçar, mais dolorosa e demorada vai ser a cura. Quando você forçar, é você quem não vai conseguir se perdoar.

E, se você não se respeita e impõe limites, não serão os demais que vão fazer isso por você.

2 comentários:

  1. Parabéns, Bia! Você é uma gigante em evolução. Continue assim, o Brasil precisa de pessoas como você para evoluir. Grande abraço. PS. Não nós abandone.

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    1. Obrigada, professor! Prometo que vou (tentar) continuar assim, tive apoio de muita gente até agora, não vou desistir por causa das coisas pequenas.
      Pode deixar que não vou abandonar ninguém! 💖 Obrigada por vir aqui no meu cantinho!

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