Anjo (que não é mais) meu

09/10/2019
Model by LTea | Stage by H2CU | Effects: stellatheatre, HAToon2, ExcellentShadow2, o_DLAA, HgSAO, ikClut, WorkingFloor
Anjo meu, talvez tudo isso seja uma grande despedida.
Quem me acompanha desde o começo, desde antes do Just Daydreamin', desde antes de muita coisa, sabe que eu tenho manias de achar que (quase) tudo é culpa minha, que para tudo eu deveria procurar uma explicação, um motivo, embora nem sempre eu faça algo.
Talvez as coisas só acabem porque devem acabar e pronto.
E, leitor, não digo isso para desencorajar ou justificar nada, mas nem tudo é culpa sua ou culpa do outro. Às vezes, a culpa não é de ninguém, ou dos dois, ou até mesmo de uma pessoa externa, a qual você nunca desconfiaria.
Eu acho que amizade pode ultrapassar muita coisa: distância, tempo, diferenças e desencontros bobos… qualquer relacionamento de verdade pode superar muita coisa. Pena que uma certa pessoa lá e cá não pensa isso.
Fico triste, pois as memórias não se esvaem no ar. Lembro de dias incríveis onde essas pessoas estiveram presentes, onde elas estavam felizes comigo, onde elas foram parte do elenco principal da minha vida. Hoje em dia, quando comparo, é impossível não perceber o quanto as coisas mudaram.
Mudaram ao ponto em que nos tornamos desconhecidos. Alguns foram pouco a pouco, outros, do nada. E, caramba, um simples “bom dia”, “tudo bem?”, “como foi seu dia?”, uma simples piada interna que seja, uma troca de olhares e sorrisos qualquer, tudo isso faz diferença.
Bom, pelo menos faz para mim.
Quando você passa e finge não me ver, me pego pensando: restou algo de mim em você?
Porque agora, anjo meu, parece que quer estender suas asas mais longe. Para longe de mim.
Não posso prender ninguém. Acredito que nada é por acaso, ficar prendendo as pessoas quando elas podem e têm o direito de sair e voltar quando quiserem é errado. Mas é errado também achar que vou estar sempre de portas abertas, esperando-as, sentada, depois de tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá. O Universo sabe o que faz e só o tempo dirá se, depois da distância, ainda valerá a pena manter contato. Quando esse tipo de coisa acontece, eu prefiro tentar tirar algo de bom da situação e compreender meus erros e acertos.
Mas é claro que eu choro! Claro que eu sinto raiva! Claro que eu me sinto mal!
Mas de que adianta, se a outra pessoa não sente nada? De que adianta viver fingindo que não está magoado e sempre com a sensação de que nada é real? Expor seu lado, mostrar seus sentimentos para quem não liga dói de uma maneira que só quem já sentiu pode entender.
Por isso, anjo meu, sinto que você não é mais meu anjo.
Penso também que talvez nunca tenha sido.
Não exija de mim e de ninguém paciência para lidar com egoísmos. Não insista para que eu ou qualquer outra pessoa te compreenda quando não faz questão de compreender os outros.
Não ache que pode me ajudar me deixando de lado quando eu preciso. Não demonstre que gosta de mim me deixando sozinha, porque isso nem sentido tem. Não me evite quando você quer me achar. Não me olhe desse jeito tão cruel se acha que ainda podemos voltar a ser o que éramos antes.
Por isso, anjo meu, eu agradeço por todos os dias onde me cobriu com suas asas e me inspirou a ser forte.
Mas acho que não podemos mais andar juntos a partir de agora, pois você nunca me preparou para o mal que você mesmo faria.

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