Eu sempre soube que era dispensável.
Sempre soube que as demais eram mais bonitas, mais interessantes e mais legais que eu. Eu deveria saber que você me estender a mão era por pena.
Pena. Que horror, né? Fazer algo porque sente pena de alguém.
Pior é ser a pessoa digna de pena.
Você não precisava ter mentido para mim.
Podia ter me deixado quieta no meu canto, vivendo minha vida pacata de sempre.
Mas você teve de vir e ser a primeira pessoa depois de uma eternidade a se preocupar comigo e a me criar esperança.
Idiota.
Você.
E principalmente eu, por confiar cegamente, mesmo depois de tanta coisa.
Então nunca fomos nada, hein?
Foi isso que você disse, que eu só te aborrecia.
Eu ouvi, não sou cega, nem surda.
E não sou mais muda.
Eu não vou ficar em silêncio diante de pedidos desgastados de desculpas.
Você nunca sabe onde está com a cabeça.
Você nunca lembra o que fala e tudo parece uma mentira minha.
Deve achar divertido me fazer de idiota na frente das pessoas.
Você diz que eu te aborreço mas sou a única que te ouve quando seus amigos te deixam.
Você é tão amado e sempre deixado para trás quando eles saem para se divertir.
Você é tão adorado que ninguém pareceu se importar quando você sumiu.
Mas você não parou para olhar a idiota que fez muito por você.
Porque a idiota
não era bonita
e nem podia
te dar prestígio,
não é?
E não me dê esse olhar de tristeza, não diga que você vai mudar. Eu acredito que você pode melhorar, mas você não vai, porque não te convém.
E eu mudei.
Acredite em mim, eu posso encarar o mundo sozinha, porque eu encarei por bastante tempo.
Eu não vou mais me submeter a ser sua.
Sua escrava. Sua pessoa. Sua propriedade.
Não mais.
Porque cansei de me desagradar para te fazer feliz.
E de me matar aos poucos para te colocar um sorriso
falso
no rosto.
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