Coisas diferentes que fiz em 2022

Vou ser honesta: em 2022 eu fui quase 100% propriedade da UFF e do Cederj e fui mais aluna que ser humano. Quase não li, quase não escrevi e o pouco que fiz, pode ser separado em dois extremos: coisas muito boas ou coisas muito frustrantes.

Foram mais conquistas acadêmicas que pessoais, e, certamente, muita coisa deu uma saída dos trilhos nesse ano. Em 2021, escrevi que tive que sair da zona de conforto, e, em 2022, tive que me manter no progresso para não voltar para ela. Às vezes as pessoas falam de sair da concha como se fosse algo sempre unidirecional, sem nenhum tipo de autocontrole para não voltar para onde era conhecido.

Nesse ano, eu não tive muita disciplina, nem força de vontade, nem paciência. Cada coisa que saía do planejado me fazia querer jogar tudo pro alto, mas mantive, afinal, um ano ruim não pode tirar outros do eixo. Foi frustrante? Foi. Foi gratificante? Também. Tanto por ter mantido como ter provado para mim mesma (e só para mim mesma) que eu conseguia algumas coisas. Dentre elas:

Passei em uma matéria dificílima da faculdade

Ah, Física para Computação… vou sentir falta dos tutores e dos coordenadores, mas não da matéria! 😂

Após passar um ano nessa disciplina, eu finalmente passei e a felicidade não cabe aqui! Pra muita gente pode parecer besteira, mas é uma das matérias mais maçantes e extensas do curso, cobrada com bastante detalhe. Foi algo que me deixou muito tensa esse ano, pois a pressão psicológica do "meu Deus, será que vou conseguir passar ou será que tranco e tento semestre que vem?" é uma prisão. Reprovações pesam muito no CR e, por já ter reprovado uma vez, o medo era grande.

Além disso, as outras duas matérias que passei também eram tensas, então o desespero só era somado. Só passei lendo muito, assistindo muita videoaula e perturbando meus tutores. Inclusive, isso leva a gente ao outro ponto.

Tive mais contato com meus tutores

E eles são pessoinhas incríveis!

Nos semestres onde ainda estávamos 100% remotos por causa da pandemia, confesso que estudei sozinha, tirando no máximo uma dúvida ou outra por escrito. Agora, com a volta das avaliações presenciais, a coisa apertou e eu realmente precisava aprender tudo, porque não tinha mais uma olhadinha eventual nas aulas. Aí, vieram as tutorias ao resgate.

Elas me ajudaram muito, porque a dinâmica lembrava um pouquinho a de sala de aula por ser ali, no ao vivo, e eu não podia me distrair como às vezes acontece quando assisto uma videoaula gravada. Por mais que eu goste do semipresencial por suas vantagens, nem tudo consigo aprender 100% sozinha, e aproveitar essas tutorias me ajudou muito.

No mais, eu fico grata demais por ter mantido esse contato: tive algumas das minhas melhores médias nesse bimestre e não teria conseguido sem eles.

Fui mesária pela segunda vez

E deu tudo certo no final. Foi um clima muito tenso, é impossível fingir que não teve nenhum tipo de conflito, de medo, de apreensão pelo que seria da gente trabalhando e se expondo naqueles dois dias.

Ainda que tenha sido horrível de cansativo, eu gosto de lembrar de quantas pessoas lembravam de mim! Fiquei de coração super quentinho e a gratidão venceu a dor nas pernas de ficar o dia inteirinho em pé e recebendo a galera. Pequenos sacrifícios, mas fazer o quê, se o Governo me coagiu a trabalhar? Risos tristes.

Tive meu primeiro contato com Linux no computador

Se você já votou, você já usou Linux, pois nossa consagrada urna possui esse sistema. Surpresos? Não tem motivos para estar: já é informação pública desde a troca do sistema em 2008, e é muito legal aprender o sistema sabendo disso.

Já tinha um tempo em que estava tendo umas instabilidades no Windows e decidi testar. Bom, mal sabia eu que, antes mesmo de eu decidir testar de fato no meu, o Windows ia corromper e eu ia precisar usar outro sistema, mesmo que fosse temporariamente para pegar meus arquivos de volta.

Ainda não sei se vou usar Linux ou segurar no Windows até, pelo menos, o final do curso, mas aprender pelo menos o básico de outro sistema é vantajoso porque, convenhamos, não dá pra esperar que todos usem a mesma coisa (e conhecimento em Linux é diferencial para algumas vagas de emprego, então…)

Fiz inscrições em estágios (até agora nada, mas tá tudo bem)

Sempre vi muita gente falando do quanto era difícil conseguir estágio e, agora, tenho bagagem para dizer que realmente é dose. Alguns processos são bem comuns e até conservadores, mas outros querem ser inovadores e inclusivos, mas acabam sendo apenas pura idiotice e totalmente sem consideração com os universitários.

Mesmo que tenham sido vários “não foi dessa vez” até a data desta postagem, posso dizer que aprendi com a experiência e com muita frustração, também, pois me esforcei muito em dinâmicas e perdi vaga para gente que entrou mudo e saiu calado, mas que fez um currículo e apresentação mais inteligentes e estratégicos que os meus.

Não guardo rancor, afinal, pra um ganhar outro tem que perder, e só quero guardar o aprendizado comigo. Inclusive, fica a dica, gente: tudo que vocês fizeram de grande e relevante tem que ser mencionado. Se você não se achar, ninguém te acha, e, infelizmente, pequei demais nisso. 🤡

Desapeguei um pouco de redes sociais

O estudo e o cansaço me convenceram a me organizar melhor e a deixar de passar tanto tempo nas redes. Eu dificilmente posto alguma coisa, mas, com frequência, usava o Instagram e o Twitter para me distrair e acompanhar alguma notícia ou fofoca, pois nem sempre dá pra viver de academicismo e coisas sérias.

Desinstalei o Instagram e o Twitter por volta de Outubro e, honestamente, acho que estou um pouco melhor. Como estava muito ansiosa por causa das disciplinas complicadas, rolar o feed era uma distração, mas, depois de ler alguns textos sobre como, na verdade, todo esse conteúdo assimilado pode ser mais estressante que tudo, decidi dar uma trégua.

Não acho que estou exatamente mais produtiva, mas posso dizer que andei resolvendo umas pendências pessoais, tipo backup de arquivos importantes e organização das ideias que havia salvo nesse período. Meu Instagram virou basicamente um Pinterest de tanta coisa salva e planejo ver cada uma com cuidado.

Comecei a usar apps de organização

Usar o Notion me salvou nesse semestre. Colocar minhas anotações lá, mais organizadas, me deu ânimo pra continuar estudando e me ajudou a manter mais o foco, pois conseguia continuar fácil de onde parei no celular.

Não tenho certeza se vou continuar com ele, mas estou gostando muito da experiência de ter um lugar para anotar digitalmente e manter as coisas um pouco mais fáceis de achar que simplesmente favoritar no navegador, printar ou, como falei no outro item, salvar no Instagram.

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No mais, eu diria que 2022 foi um ano bem chato. Agora, faltando horas para 2023 chegar, confesso que tenho alguns planos e ideias para pôr em prática em um nível pessoal para tentar não chegar no ponto de cansaço que cheguei.

Quero voltar a ter contato com minhas crenças e a tentar aplicar alguns conceitos daquela moda do "romantize sua vida" nesse novo ano que virá. Sair desse piloto automático é uma das minhas maiores prioridades, porque não ter sentido um ano inteiro passando foi, provavelmente, uma das coisas mais assustadoras do mundo.

Não gosto de compartilhar minha lista de metas, até mesmo pra não ter que voltar e dizer que fiz poucas coisas (ou nenhuma, como nesses anos de pandemia), mas realmente quero que 2023 seja sobre mim a um nível pessoal e que eu possa continuar me encontrando.

Aproveitem a virada, aproveitem 2023, aproveitem essa nova oportunidade para darem o pontapé inicial ou tentarem algo de novo. Até a próxima, cheirosos!