Ser quem você é nem sempre é fácil

É fácil te dizer "seja quem você é" e ignorar que meio mundo não te aprova, mesmo que você não esteja fazendo nada de errado, só goste de algo fora do costume, não compartilhe das mesmas opiniões que os demais, entre outras coisas do gênero. É fácil encontrar gente que romantiza temas como bullying, fazendo sempre a apologia nojenta de que isso não deve te atingir e, caso atinja, você é fraco.

E caramba, cadê a compreensão de algumas pessoas? Saber que cada um tem seus problemas, uma visão de mundo e uma maneira diferente de surtar custa quanto? Alguns choram, alguns se isolam...

... outros se adequam aos demais para parar de sofrer ou porque cansaram de ser quem são.

De tanto ver esse tipo de coisa, tive a ideia de escrever uma história, uma ficção adolescente não muito fora da realidade, do que acontece com a "mocinha frágil" que faz loucuras por um "cara perfeito". Além disso, vou divagar um pouco sobre esse tema no post.

Esse novo conto narra a história de Lorena, que tinha uma queda de atingir o centro da Terra por um cara chamado Iago. O problema? É que o grupo de amigos dele não gostam nem um pouquinho dela, fazendo maldades como empurrar, falar coisas feias, entre outros, resumindo, praticavam bullying contra Lorena por ela ser uma menina "normal" que gosta de romance, livros, música pop, entre outras coisas de "menininha".

Iago a havia defendido uma vez e, por isso, o coração da menina que tanto lia que isso podia desencadear em romance logo já foi acelerando e, claro, ela ia investir nisso. Mas como, se eram tão diferentes?

Ela podia se aproximar sem que ele soubesse que era ela, oras! Com um disfarce, um nome diferente e uma opressão do que ela realmente gostava e era, conseguiria fazer ele se apaixonar por uma pessoa inexistente.

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Pra iniciar, eu queria dizer que eu adoro clichês bem escritos, mas discordo de algumas ideias que alguns pregam na cabeça das pessoas, principalmente de meninas adolescentes. "Oh, a menina sofre bullying! Mas não tem problema, vai existir um cara que vai amá-la acima de tudo", "Ela é a nerd 'feia', mas, se tirar o óculos (até mesmo porque todas as pessoas inteligentes usam óculos, né?) e se arrumar, nossa! Fica mais linda que a menina popular da escola que só existe na história pra rivalizar com a protagonista por motivos fúteis!", "Se uma menina respirar perto do cara que você gosta, vai e arruma treta com ela, porque, se bobear, ele vai te trocar!"

Quantos pensamentos tóxicos! Que ideias são essas? Garotas só podem ser rivais? Garotos não podem dizer não e serem fiéis à menina que gostam? Toda garota bonita é metida, "burra" e inimiga da menina "feia" e inteligente?

É isso que eu infelizmente vejo acontecer várias vezes. Esses ideais entram na cabeça de muitas pessoas e, para sair, demoram uma eternidade.

Embora eu não ache que mudanças de hábitos acontecem de uma hora pra outra, acredito que a gente tem que começar a quebrar a ideia pré-definida que muitos tem sobre os papéis de sexo e gênero, mostrando que você tem o direito de escolher o que quer ser, independente se isso for igual ou diferente do "padrão". Rótulos ferem, e muito, principalmente em uma sociedade onde diferenças são muitas vezes desprezadas.

Nem toda menina tem que ser frágil, submissa e saber todos os tipos de afazeres domésticos, isso é fato! Mas isso não quer dizer que se ela realmente tiver uma personalidade assim ela deve mudar à força. Do mesmo jeito que nem todo rapaz precisa ser cheio de confiança e alheio a sentimentos, eles também têm o direito de escolher como vão agir e não devem ser julgados por isso. A gente tem que quebrar o estereótipo, não invertê-lo.

E é isso. Vamos parar de achar que as pessoas têm que seguir um padrão e apreciar e, claro, respeitar as diferenças. Até a próxima postagem e, caso tenham lido a história, saibam que o segundo e último capítulo sai em breve! 💖