
Muito se falou há uns meses no quanto 2024 foi o ano do derretimento e apodrecimento dos nossos cérebros, o famoso brain rotting, graças ao uso intensivo de meios digitais e consumo de conteúdos rápidos, bobos, que não precisam de grandes raciocínios para entender.
Isso já é um tópico que falei há anos aqui no blog (será que sou monotemática?), e, a cada mês que se passa, percebo que é difícil fugir, e, agora com o avanço da IA, temos o que chamam de AI slop, conteúdos preguiçosos gerados sem intervenção humana ou capricho.
Confesso que, embora eu tenha criticado esse uso indiscriminado das redes e a maneira com que elas são parte crucial da vida de muita gente, foi só no ano passado que fui tomar medidas drásticas para reduzir meu uso delas, com temporizadores e muito autocontrole. O que significa que havia todo um estrago de anos anteriores para consertar.
Digo estrago, pois tinha o costume de salvar conteúdos quase que compulsivamente. Pensava que, como ia ter tempo livre quando me formasse, poderia guardar quase tudo para assistir mais tarde, ler mais tarde, consumir mais tarde. E, bem, agora que praticamente já não acumulo mais coisas, decidi passar pelas que estavam guardadas, organizar, e, principalmente, entender um pouco mais sobre mim.
Ou seja, essa é minha história combatendo o apodrecimento cerebral e lidando com mais de mil e setecentos vídeos na lista para assistir mais tarde, mais de mil favoritos no navegador, quase 5 mil pins bagunçados no Pinterest, e sabe-se lá quantos salvos no Instagram, sendo a maioria os terríveis vídeos curtos.